Uma boa forma de avaliarmos se todas estas novas relações sociais que, de repente, nos tomaram de assalto são realmente positivas ou em nada contribuem para o nosso bem estar, num sentido lato, é afastarmo-nos por um tempo. Já fiz a experiência e as conclusões não me surpreenderam de todo.
Enquanto atores de palcos virtuais, todos são amáveis e interessados, interventivos e revolucionários, “amigos” (!!). Já no dia a dia – invisível, rotineiro, mais ou menos problemático, feliz ou infeliz, desprendido de likes ou publicações cheias de entusiasmo [forçado] ou carregadas de dramatismo [exacerbado] – ficam os mesmos de sempre (ou menos ainda).
Mais do que separar o trigo do joio, as “plataformas virtuais de relacionamento” demonstram a cada instante (e a quem sabe ver) que não há nada que substitua um contacto presencial: um olhar de cumplicidade, o eco de um riso ou de uma gargalhada, o poder de um abraço. E partilhas do que sentimos nem todos merecem saber, a não ser que façamos do marketing pessoal a nossa bandeira – há tantos com reconhecido mérito a fazê-lo (risos).
Já “perdi” pessoas que julgava amigas pelo uso excessivo das redes sociais, na verdade inequivocamente anti-sociais. Porque não são notificações de objetos tecnológicos que definem o real interesse de quem gosta de nós, não importa a frequência com que acontecem nem os recursos multimédia visualmente atrativos que as acompanham, ou o que se diz numa mensagem que parece intensa e cheia de significado. O que faz a diferença são sempre as atitudes!
Gosto de olhares que sorriem, vozes vibrantes e aromas envolventes. Recuso-me a ser uma mulher virtual. Sorry!…